É comum ler e ouvir que o sabor é quem manda – sem ele, parece impossível que um alimento ou bebida se esgotem das prateleiras dos supermercados. De fato, a afirmação não está equivocada. Mas e a estratégia, onde fica?
No setor alimentício, a inovação precisa ser mais do que um simples ajuste de palatabilidade ou embalagem. Deve ser estratégica e integrada ao propósito da empresa. A análise cuidadosa do portfólio e a compreensão das tendências do mercado são essenciais para que novos produtos realmente atendam às necessidades dos consumidores.
O uso de dados e insights profundos, apoiados por ferramentas de inteligência (seja artificial ou não!), evitam a armadilha de apenas imitar concorrentes. A comunicação também desempenha um papel fundamental: precisamos ir além de rótulos genéricos como “saudável e gostoso” e contar uma história mais rica e autêntica. Ou melhor, não ter medo de se aprofundar, ou de assumir compromissos de produto!
A Natural One, empresa de sucos, por exemplo, comprou seu próprio problema e se desafiou. Como melhorar o índice glicêmico de sucos? Se aprofundou na ciência de uma raiz ancestral, o Yacon, conhecida como batata peruana, pouco consumida no Brasil, capaz de melhorar a absorção de açúcar. Depois de muita dedicação e propósito, formou uma cadeia possível do Yacon no Brasil, e adicionou aos seus primeiros sucos. Hoje, pode contar essa história de educação e inovação, e aos poucos transformar toda a cadeia produtiva. Brilhante!
Se queremos realmente mudar o food system, precisamos de uma abordagem ampla, que alie estratégia, tecnologia e propósito. Juntos, podemos criar um setor alimentício mais sustentável, inovador e alinhado com as reais demandas do consumidor.
Estratégia, acreditem, pode ser deliciosa!