Por Helo Guarita
Na última sexta-feira, São Paulo enfrentou um apagão que trouxe desafios imensos para o setor de food service – e eu vivi isso de perto no meu restaurante, o Just a Bite, quando tive que decidir entre descartar alimentos perecíveis ou alugar um gerador a um custo altíssimo.
Essa crise evidenciou o quanto bares e restaurantes estão à mercê do despreparo para lidar com emergências dessa natureza. O impacto vai além dos prejuízos financeiros: há questões sérias de controle de qualidade e desperdício de alimentos.
Esta é, então, a oportunidade de discutir ações efetivas em crises como esta.
A Associação Nacional de Restaurantes anunciou que vai mover uma ação judicial coletiva contra a Enel, incentivando empresários afetados pelo apagão a processar a concessionária de energia pelos prejuízos sofridos.
Mas será que isso basta?
Acredito que precisamos abrir um diálogo sério e assertivo. Buscar novas respostas para questionamentos incômodos: quais são as melhores práticas após um apagão; como garantir a preservação e segurança dos alimentos; como incentivar uma legislação que facilite a doação de alimentos; como reduzir o desperdício?
Lembro da personagem de Érico Veríssimo, Ana Terra, mulher que sabia escutar e entender o vento, se antecipando aos acontecimentos do seu entorno. Uma vez que não estamos nas páginas de O tempo e o vento, é fundamental agirmos coletivamente, buscando soluções para crises que podem voltar a acontecer muito em breve.
